Você não está cansado. Seu cérebro está pedindo por conexão real.

 


Talvez você tenha fechado o Instagram ontem sentindo-se... estranho. Um pouco vazio, talvez ansioso. Mesmo depois de ter visto dezenas de stories, curtido fotos, mandado alguns emojis como resposta. Parece que algo está faltando, não é?

Essa sensação não é à toa. Ela tem nome, causa e — acredite — está enraizada em uma parte muito antiga do seu cérebro: o cérebro reptiliano, a estrutura mais primitiva da nossa mente, responsável pelas funções básicas de sobrevivência.
E sim, ele está em conflito.

Exatamente, o cérebro reptiliano, que é a parte mais primitiva do nosso cérebro, está profundamente envolvido em nossas respostas de sobrevivência, como a busca por conexão social, segurança e pertencimento. Quando ele percebe que estamos isolados — mesmo em meio a interações digitais —, ele entra em alerta.

As redes sociais criaram uma ilusão poderosa: a de que estamos conectados o tempo todo. Mas o que elas oferecem, na maior parte do tempo, são conexões superficiais, editadas, filtradas, cuidadosamente montadas. Nosso cérebro primitivo não entende essa diferença. Ele só sente que está tentando se conectar — e falhando.
E é nesse momento que aparece a ansiedade, o cansaço sem causa, o desânimo.

A inteligência artificial, por sua vez, entra como uma engrenagem que acelera essa confusão. Algoritmos são treinados para manter você rolando a tela, sempre atrás de algo que nunca vem completamente. Cada curtida é um microestímulo, mas nunca suficiente. É como beber água do mar com sede.

Enquanto isso, a necessidade por um vínculo real, olho no olho, continua gritando por atenção lá no fundo. E o silêncio das redes, por mais barulhentas que pareçam, apenas aumenta o eco dessa carência.

A situação é tão paradoxal que nos acostumamos a simplesmente existir online, participando da vida dos outros como se estivéssemos próximos — quando, na verdade, somos apenas espectadores de um palco cuidadosamente iluminado.
A linha entre realidade e representação ficou tão fina que já nem percebemos o quanto estamos sendo afetados.

E não é que a tecnologia seja má. Ela é incrível. A IA tem um potencial transformador imenso. Mas ela nunca poderá substituir um abraço, uma conversa sincera, um momento de silêncio compartilhado com alguém que realmente se importa.

Desconectar-se por um tempo não é se afastar do mundo — é se aproximar de si mesmo e das pessoas que realmente importam.
O descanso das redes é, muitas vezes, o início de uma reconexão mais verdadeira.

Acredite, a verdadeira cura não está em mais notificações. Está em menos distrações. Está na presença.


Maiquel Gomes
Maiquel Gomes Graduated in Actuarial Science (UFF), master's degree in Computing, professor of AI and programming language, author of books and articles, creator of the portal ia.bio.br, iappz.com and ai.tec.re. A young man who is amazed by life, friendships, travel, smiles, the beach, clubs, nature, jazz and technology.

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